ESG e SAQ 5.0 + ABNT PR 2030

ESG e SAQ 5.0: O caminho para incorporar ESG ao seu negócio!

Muito mais do que uma simples sigla ou um modismo passageiro, como muitos podem pensar, o ESG chegou para ficar e ganha cada vez mais importância no mundo. As iniciais de “Environmental, Social e Governance”, traduzido para o português, significam boas práticas ambientais, sociais e de governança. É uma cultura que está sendo cada vez mais cobrada não só de empresas, mas da sociedade em geral, devido às mudanças climáticas, à urgência de combater as desigualdades sociais e todo tipo de discriminação e à necessidade de empresas e instituições terem mecanismos de controle para evitar corrupção, suborno e crimes do tipo.

O tema nasceu a partir da ideia de desenvolvimento sustentável, conceito anterior à década de 90, que sugeria um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a gestão dos investimentos e a reponsabilidade social deveriam ser preocupações permanentes, assegurando a sustentabilidade de uma empresa e negócios financeiramente viáveis, socialmente justos e ambientalmente responsáveis, conceito criado pelo sociólogo britânico John Elkington.

Desde então, o tema vem ganhando cada vez mais importância, já que as empresas estão sendo pressionadas por investidores, reguladores e consumidores a se tornarem mais responsáveis social e ambientalmente. Além disso, muitos estudos mostram que empresas que adotam práticas ESG tendem a ter um desempenho financeiro melhor no longo prazo.

Relatório da consultoria PwC mostrou que, até 2025, 57% dos ativos europeus estarão alocados em fundos que têm ESG e 77% dos investidores da região pretendem parar de comprar produtos não ESG nos próximos 2 anos. Uma pesquisa da Deloitte mostrou que 75% dos investidores globais aplicaram os indicadores ESG em pelo menos um quarto dos seus investimentos totais. A lista é crescente e os investidores estão cientes de que todas essas questões influenciam no valor de mercado e na avaliação de uma empresa.

O E, o S e o G

O fator E (ambiental) diz respeito a como uma empresa impacta o meio ambiente. Compreende suas emissões de gases, o uso eficiente de recursos naturais no processo, como faz logística, logística reversa, como trata seus resíduos, emissão de carbono e outros gases poluentes, eficiência energética etc.

Dentro do aspecto S (social), avalia-se a relação da empresa com seus colaboradores, clientes e sociedade. O impacto da empresa na comunidade, como faz a gestão de capital humano, como garante o equilíbrio de interesses, geração de emprego e renda, entre outros aspectos, incluindo os relacionados à diversidade e inclusão.
E o quesito G (governança corporativa) diz respeito às políticas de gestão da companhia, desde o conselho até políticas anticorrupção. Este pilar do ESG avalia as esferas administrativas e de gestão da empresa, considerando a independência e diversidade do conselho, política de remuneração dos altos cargos, transparência e ética da instituição. Além disso, também é responsável pela proteção de dados e privacidade das informações dos colaboradores, garantindo segurança e integridade aos dados deles.

A principal referência no Brasil sobre Governança é o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), que publica o “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa”, que já está em sua 5ª edição. Saiba mais: https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138

Como as empresas estão se adequando

De acordo com um estudo da consultoria KPMG, 76% das empresas brasileiras já incluem as práticas ESG em suas estratégias de negócio. No Brasil, um estudo da Grant Thornton Brasil, em parceria com a BR Rating, mostrou que 48% das empresas brasileiras de capital aberto divulgam relatório anual de sustentabilidade ou integrado e 31% têm e divulgam suas matrizes de materialidade – que são a base para qualquer estratégia ESG. Quanto à adesão aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 35% das empresas contribuem com dois ou mais objetivos.

No entanto, os dados acima referem-se apenas a uma amostra de empresas de capital aberto. Quando olhamos para o universo todo, a realidade é outra. De acordo com o IBGE, pouco mais de 10% das empresas industriais brasileiras publicaram relatório de sustentabilidade em 2021. Os dados constam da Pesquisa de Inovação (Pintec) Semestral 2021: Indicadores Básicos. O estudo, que considera um universo de 9.400 empresas com 100 ou mais pessoas empregadas, aponta que somente 12% delas publicaram relatórios de sustentabilidade no ano passado.

Boas intenções

Segundo o relatório Tendências de Gestão de Pessoas 2023, realizado pela Great Place to Work em parceria com a Great People, as empresas estão mais preocupadas com os princípios ESG. O tema foi apontado com uma das prioridades em gestão de pessoas para 13,9% dos participantes, resultado acima do ano passado (9,6%). Porém, pouco mais de uma em cada dez afirmaram este ano que a empresa tem uma política e objetivos com indicadores e metas para ESG, e apenas 13,7% estão em um nível mais estruturado, publicando relatórios de sustentabilidade baseados em padrões internacionais.

Os dados mostram que, apesar de lentamente, estamos avançando, mas ainda falta um bocado para atingirmos um nível ideal, já que consumidores, sociedade e investidores estão dando cada vez mais importância a esses temas na hora de comprar produtos, serviços ou decidir onde investir seu dinheiro. E isso não vale apenas para as empresas de capital aberto.

Sustentabilidade na indústria automotiva: ESG e SAQ 5.0

No caso da indústria automotiva, especificamente, há o questionário SAQ 5.0, que é um questionário de Avaliação de Sustentabilidade que avalia os aspectos relacionados a Gestão, Direitos Humanos e Condições de Trabalho, Saúde e Segurança, Ética nos Negócios, Meio Ambiente, Gestão Responsável da Cadeia de Suprimentos e Fornecimento Responsável de Matéria-Prima. A iniciativa é organizada pela Drive Sustainability, uma parceria automotiva entre BMW Group, Daimler AG, Fiat Chrysler, Ford, Honda, Jaguar Land Rover, Scania CV AB, Toyota Motor Europe, Volkswagen Group, Volvo Cars e Volvo Group. A parceria visa impulsionar a sustentabilidade em toda a cadeia de suprimentos automotiva, promovendo uma abordagem comum na indústria.

Para concluir o SAQ 5.0, a empresa responde a uma série de perguntas relacionadas às seções e critérios mencionados. Dependendo do setor, algumas seções são obrigatórias e outras opcionais, mas todas contribuem para a classificação da empresa, e algumas solicitam a inclusão de evidências para comprovar as repostas.

Fábio Bertolino, Diretor de Sistemas de Gestão da Quality Way, explica que o SAQ 5.0 não é uma certificação, mas sim um questionário, que está sendo exigido por alguns clientes. “Estamos apoiando clientes que precisam aumentar a sua pontuação no SAQ 5.0, e para isso fizemos um levantamento dos pontos que eles precisariam adequar e o esforço necessário para a adequação. Com base nessa análise, definimos juntamente com o cliente como priorizar as ações, políticas, evidências que deveremos gerar para aumentarmos esta pontuação.”
Saiba mais sobre o SAQ 5.0: https://www.drivesustainability.org/saq-5-0/

Por onde começar: ABNT PR 2030

Em se tratando de certificações relacionadas ao ESG, existem inúmeras normas para cada um dos eixos (E, S e G: ambiental, social e governança). Cada um desses eixos possui vários temas relacionados, e cada um dos temas se subdivide em critérios. Por exemplo: dentro do eixo E, ambiental, temos os temas Mudanças climáticas, Recursos hídricos, Biodiversidade e serviços ecossistêmicos, Economia circular e gestão de resíduos, Gestão ambiental e prevenção da poluição.

Relacionados ao primeiro tema, Mudanças climáticas, temos três critérios associados. Um deles é “Eficiência energética”, ao qual estão associadas algumas normas e leis, como a ABNT NBR 16819 – Instalações elétricas de baixa tensão; a ABNT NBR ISO 50001 e 50006 – relacionadas a Sistemas de gestão da energia; a ABNT NBR ISO/CIE 8995-1 – Iluminação de ambientes de trabalho; bem como algumas leis, como a nº 10.295 – Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, entre outras.

Esse raciocínio se repete para cada eixo (ambiental, social e governança), que vai se subdividir em temas, cada tema com vários critérios e suas normas e leis associadas. Tudo isso está detalhado na PR 2030 (Prática Recomendada), publicada pela ABNT, um documento normativo que visa orientar as empresas nos aspectos de conceituação e incorporação do ESG nas organizações, modelos de avaliação e direcionamento a ser aplicado aos critérios ESG propostos. É um documento fundamental para as empresas que estão no início do processo de incorporação dos aspectos de sustentabilidade e de governança. É imprescindível baixar e ler com atenção a PR 2030: https://www.abntcatalogo.com.br/pnm.aspx?Q=R1p0R3FjTDZIS2RKbUs2c1dhbUhBR2JDYWNMY1QxVlBNOGZ0cC9mNjIraz0

Prestação de contas à sociedade e aos stakeholders

Todas essas práticas são demonstradas por meio dos Relatórios de Sustentabilidade, documentos produzidos e publicados periodicamente pelas empresas prestando contas de suas ações a clientes, consumidores, fornecedores, investidores e à sociedade em geral. Para elaboração desse relatório, podem ser adotadas várias referências e metodologias, mas a mais conhecida e utilizada é o GRI (Global Reporting Initiative). O GRI é uma organização internacional que ajuda empresas, governos e instituições a comunicar e divulgar o impacto de suas ações e negócios no setor sustentável de modo geral e que estabelece as diretrizes para elaboração do relatório.

A divulgação desse tipo de relatório ajuda a melhorar a relação das empresas com seus stakeholders e também facilita a adoção de metas para uma gestão cada vez mais sustentável. “Estamos auxiliando nossos clientes e utilizando o GRI como referência para a preparação do relatório de sustentabilidade destas empresas”, conta Fábio, acrescentando ainda que esses relatórios podem ser avaliados por bancos na liberação de crédito, por exemplo, mas que a avaliação é feita pelo mercado em geral e pela sociedade. No site da GRI é possível baixar todas os standards para auxiliar na elaboração do Relatório de Sustentabilidade: https://www.globalreporting.org/

Treinamento

A Quality Way realiza treinamentos com foco nos temas relacionados ao meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa, com aprofundamento e orientações para incorporar as práticas ESG na organização e disponibilização de modelo de avaliação ESG de acordo com a ABNT PR 2030. O objetivo é capacitar funcionários e executivos a entenderem e aplicarem as melhores práticas em relação a esses aspectos, e também a questão da Maturidade ESG da empresa. O treinamento ESG tem se tornado cada vez mais importante, já que as empresas estão sendo pressionadas por investidores, reguladores e consumidores a se tornarem mais responsáveis social e ambientalmente. Acesse o programa.

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