ESG: mais que uma sigla, uma mudança na cultura organizacional, na captação de investimentos e na valorização das empresas
ESG são as iniciais de “Environmental, Social and Governance”, traduzido para o português, trata-se de práticas ambientais, sociais e de governança das empresas, medidas por meio de uma pontuação compilada de dados.
Não se trata de modismo, mas de uma cultura que não pode mais ser negligenciada pelas empresas que pretendem ser competitivas e se fortalecerem no mercado.
O tema ESG não é novo, deriva de desenvolvimento sustentável, conceito anterior à década de 90, que sugeria um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, direção dos investimentos, orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional deveriam ser mais harmônicas.
Nos anos 90, John Elkington (sociólogo britânico) introduziu o conceito do triplo Bottom Line (profit, planet, people), ou tripé da sustentabilidade, que determinava que estas dimensões precisariam interagir entre si para assegurar a sustentabilidade de uma empresa – ou melhor, o negócio deveria ser financeiramente viável, socialmente justo e ambientalmente responsável.
Porém, foi a partir de 2020 que o tema ganhou destaque no ambiente corporativo graças a BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, que anunciou que o comprometimento das empresas com a sustentabilidade passaria a ser seu principal critério para decisões de investimento.
A Bloomberg, rede de televisão a cabo, situada em Nova Iorque, que transmite notícias econômicas 24 horas por dia, noticiou que fundos que adotam estratégias relacionadas ao ESG aumentaram seus ativos em 32% no ano passado e a tendência é crescer ainda mais.
Além disso, um relatório da consultoria PwC mostrou que até 2025, 57% dos ativos europeus estarão alocados em fundos que têm ESG e 77% dos investidores da região pretendem parar de comprar produtos não ESG nos próximos 2 anos.
Por estes motivos, nos dias atuais, o selo virou febre e será cobrado nos próximos anos pois atesta a responsabilidade da empresa e de seus investimentos.
ESG hoje!
Atualmente, os aspectos ESG ganham cada vez mais relevância nas empresas. Levantamento International Business Report (IBR), feito pela Grant Thornton e divulgado pelo E-Investidor em fevereiro de 2021, ouviu, aproximadamente, 5 mil empresários de 29 países.
- 89% dos entrevistados apontaram que o ESG é importante para os negócios;
- 90% afirmaram que estas práticas podem melhorar a imagem das companhias;
- 53% disseram acreditar que hábitos ambientais, sociais e de governança podem abrir novas fontes de financiamento a taxas mais baixas.
“O mercado financeiro começa a olhar como as empresas atuam em cada um desses aspectos da ESG”, explica Ana Buchaim, diretora de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3, em webinar promovido pela Great Place to Work Brasil.
Por exemplo: o fator E (ambiental) diz respeito a como uma empresa impacta o meio ambiente. Compreende suas emissões de gases, o uso eficiente de recursos naturais no processo, como fazem logística, logística reversa, gestão de energia, como tratam seus resíduos, etc.
Dentro do aspecto S (social), avalia-se a relação da empresa com seus colaboradores, por meio de políticas e relações trabalhistas, além de clientes e sociedade. Por exemplo: qual o impacto dessa empresa na comunidade, como faz a gestão de capital humano, como garante o equilíbrio de interesses, geração de emprego e renda, entre outros aspectos, incluindo os relacionados à diversidade, inclusão e envolvimento dos funcionários.
E o quesito G (governança) diz respeito às políticas de gestão da companhia, desde o conselho até políticas anticorrupção. Trata-se dos mecanismos tradicionais de governança corporativa, defesa dos interesses e direitos de seus acionistas de longo prazo, manter um conselho com bom funcionamento, ter políticas bem projetadas de remuneração de executivos e de prevenção de práticas ilegais, como fraude e suborno (compliance). Ou seja, é crescente a preocupação com a transparência e honestidade nos negócios.
Ser ESG, o que significa?
- E – Proteger os recursos naturais;
- S – Engajamento social – diversidade e redução das desigualdades;
- G – Lisura dos processos administrativos – independência do conselho de administração garantindo o impedimento da corrupção, discriminação e assedio.
Empresariado, COP26 e ESG
O recado na COP26 foi claro: não se pode mais discutir questões importantes no âmbito global sem considerar vozes plurais, a diversidade e as questões ambientais.
Essa missão é de governos, mas também de todos os atores sociais, incluindo corporações, sejam elas grandes ou pequenas, e toda a sociedade civil. Além de líderes mundiais, as empresas também se voltam para o comprometimento global para a redução de emissões de carbono no planeta.
Em nota, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), declarou: “A pressão do setor empresarial, que se posicionou de maneira contundente nesta COP – reunindo em um posicionamento 119 CEOs e 14 instituições do setor privado em torno dos principais pontos da pauta -, junto à expressiva participação da sociedade civil, academia, ambientalistas, indígenas e jovens, produziu resultados positivos”.
Como se vê, a COP26 também traz à tona importantes pontos de convergência com as decisões tomadas no mundo corporativo. E o mundo corporativo, por sua vez, está se esforçando para integrar sua cultura ao ESG.
Simulador ESG
Quer entender qual o grau de adequação de sua empresa aos indicadores ESG? Acesse o link, responda o questionário e obterá uma pontuação nos quesitos Ambiental, Social e Governança. http://www.excellence-esg.com/Home/SimuladorESG
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