Tendências Tecnológicas 2022 - TD

Conheça as cinco principais tendências em Transformação Digital para 2022

Qual a sua expectativa para 2022? Que tipo de ação ou transformação será capaz de moldar o futuro em algo palpável antes mesmo dele chegar?

“As promessas são o único modo humano de ordenar o futuro, tornando-o previsível e confiável na medida em que isso é humanamente possível”, disse a filósofa alemã Hannah Arendt.

É assim que funciona todo exercício envolvendo previsões, tendências e caminhos: trata-se de um registro notável, desde que faça sentido com a realidade.

Os impactos e incertezas trazidos pela pandemia tornaram essa conversa ainda mais desafiadora: como desenhar um plano estratégico sem deixar de atender necessidades imediatas? Prever o futuro é algo complexo, mas dá para tomar decisões a partir de tendências.

Para apoiar essa conversa, esse artigo sintetiza a expectativa de especialistas em transformação digital para 2022. De uma forma geral, é possível enxergar uma tendência:

as empresas que almejam uma trilha de crescimento seguirão por meio de conexões significativas com seus clientes, sustentadas por uma combinação de habilidades e ferramentas escaláveis e robustas – como automação, integração de dados e inteligência artificial.

De forma detalhada, é possível identificar cinco principais tendências:

  • Sistemas que apoiam modelos de trabalho híbridos
  • Automação de processos em larga escala
  • Adoção planejada de Inteligência Artificial
  • Acesso e proteção de dados na nuvem por meio de malhas
  • Adaptação das empresas na velocidade 5G ou superior

Modelo híbrido e distribuido de trabalho

Inegavelmente, a pandemia redesenhou o conceito de “espaço de trabalho”. Levantamento do Gartner indica que, num universo de empresas de médio e grande porte nos EUA, Europa e Asia-Pacífico, 80% dos colaboradores usaram algum tipo de ferramenta digital colaborativa em 2021 – destaque para soluções em videoconferência. Isso representa um aumento de 44% em relação a 2019.

Se em 2020 as empresas acostumaram-se a trabalhar dessa forma, 2021 termina com um esforço comum: encontrar arranjos que combinem o que funciona melhor no home office e no modelo presencial.

Trata-se de uma expectativa compartilhada entre gestores e colaboradores, que esperam incrementar a conectividade sem perder a produtividade. Mais do que isso, o Gartner prevê crescimento 25% mais rápido em empresas que adotam modelos distribuídos.

Para manter colaboradores afastados geograficamente e, ao mesmo tempo, compartilhando habilidades e conhecimentos em seus times, as organizações vão contar com iniciativas que apoiam a experiência de trabalho conectada.

Avanços no modelo híbrido de trabalho estão relacionados às ferramentas de colaboração, bem como a popularização de plataformas nativas em nuvem (CNP) e virtualização de servidores e desktops (VDI).

Automação em tudo o que for possível é a base das tendências tecnológicas 2022!

Automação é uma palavra-chave naturalmente associada aos processos de transformação digital. De forma concisa, trata-se do uso de soluções computacionais para identificar, estruturar e agilizar processos – o que, em princípio, torna a empresa mais produtiva.

Dentre as tendências tecnológicas 2022 esta é básica, a empresa que não automatizar seus processos pode incorrer em obsolescência frente ao futuro, afirma Marco Campos, diretor de tecnologias da Quality Way. 

Nesse sentido, o que significa hiperautomação? É uma abordagem orientada aos negócios, procurando identificar e automatizar o máximo possível de processos de negócios e TI, além de repetir esse modelo em escala por toda a organização, incluindo formas de integrar e reutilizar modelos entre times. Requer o uso combinado de ferramentas, incluindo RPA e plataformas low-code, como BPMS.

Para David Groombridge, vice-presidente de pesquisa do Gartner, um passo seguinte aos processos de hiperautomação é a adoção de sistemas autônomos autorregulados, baseados em inteligência artificial, capazes de atualizar seus algoritmos sem atualizações externas. “Esse comportamento é conhecido por suas implantações em ambientes de segurança complexos, mas, a longo prazo, será comum em sistemas físicos como robôs, drones, máquinas de manufatura e outros espaços inteligentes”, diz.

Inteligência Artificial de forma estruturada

Sistemas de inteligência artificial representam a maneira mais eficiente para qualquer organização extrair informação valiosa em meio ao crescimento exponencial de dados gerados.

De acordo com o Gartner, nos próximos dois anos, ao menos um terço das grandes empresas vão adotar plataformas de Decision Intelligence (DI), tomando decisões automaticamente baseadas em dados estruturados e IA.

Para dar conta deste e de outros desafios, outra tendência apontada pelo Gartner é a valorização dos times de engenharia em IA. Por meio deles, em consonância com uma forte governança em IA, empresas podem operacionalizar modelos adequados, evitando experiências frustrantes ou que nunca são lançadas por líderes de TI.

Entre as técnicas que mais crescem no mercado, cabe um destaque à IA Generativa. Consiste na construção de objetos realistas baseados em métodos de aprendizado de máquina. Em outras palavras: é um modelo que não apenas compreende conteúdos, mas também gera novos dados semelhantes.

Estima-se que em até três anos, tecnologias baseadas em IA generativa sejam responsáveis por 10% de todos os dados produzidos – em 2021, esse número não passou de 1%.

Se por um lado esse mesmo tipo de IA pode ser usado para atividades indevidas, entre elas a criação de deep fakes (vídeos onde uma pessoa tem sua expressão facial produzida ou alterada digitalmente), a mesma tecnologia pode ser útil para criar novos softwares, apoiar estratégias de marketing direcionado, facilitar o desenvolvimento de medicamentos, entre outras atividades.

Segurança como aliada à privacidade

As preocupações com segurança e privacidade das informações coletadas e tratadas pelas organizações vão continuar em 2022. Graças à adoção da Lei Geral de Proteção de Dados, essa pauta ganhou força aos olhos do consumidor.

“Os dados estão presentes em muitas das tendências deste ano, mas só são úteis se as empresas puderem confiar neles”, lembra David Groombridge, do Gartner.

Algumas tendências apontadas pelo Gartner levam em conta o aumento da confiabilidade dos sistemas. Uma delas é a adoção de malhas escalonáveis de acesso a dados e segurança. A integração entre datasets (Data Fabric) conecta informações e plataformas, mesmo fragmentadas e distribuídas na nuvem; estas, por sua vez, exigem serviços de segurança integrados, escaláveis e capazes de proteger toda a base de serviços (Cybersecurity Mesh).

A outra diz respeito à forma como os dados sensíveis são tratados internamente: são as práticas computacionais para aumento da privacidade (privacy-enhancing computation, PEC).

São técnicas de proteção e coleta de dados anonimizados, incluindo encriptação, divisão e processamento prévio de dados sensíveis, aliando valor ao negócio sem comprometer a confidencialidade, mantendo conformidade à legislação.

Evolução do 5G e do que virá depois

Finalmente aprovada no Brasil após o leilão das faixas de frequência, a implementação da quinta geração do sistema de comunicação móvel (5G) já se expande pelo mundo.

Para 2022, a expectativa fica por conta da implantação por meio das operadoras e empresas do setor de telecomunicações, que impulsionam seu desenvolvimento.

Na outra ponta, empresas e consumidores devem adotar dispositivos habilitados e aceleram o tráfego de dados em rede.

A evolução de sua arquitetura já prevê cenários de uso não alcançados, num contexto já batizado de 6G. Isso inclui, entre outros exemplos, transmissão em frequências ainda mais velozes, na faixa dos Terahertz, tornando onipresentes aplicações como realidade virtual, comunicações holográficas, aplicações baseadas em IA para todos e a qualquer hora e local.

Ainda que este futuro pareça incerto e distante, especialistas do setor entendem que este é o caminho natural, desde que o desenvolvimento da indústria observe como o 5G evolui.

“Para entender o que o 6G pode oferecer, devemos primeiro entender onde a tecnologia 5G atual falha e quais avanços tecnológicos estão no horizonte”, declarou Andre Fuetsch, CTO da AT&T, no último 6GSymposium.

Não é difícil prever que, com a popularização do 5G, iniciativas que combinam pesquisa e desenvolvimento a partir da experiência do usuário, vão reforçar a confiança e a satisfação tanto no consumidor quanto nos colaboradores. Isso exige resiliência e adaptação das empresas na velocidade 5G.

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